25 setembro 2009

Acusados de praticar tiro ao alvo em cadela perdem porte de arma em SC



A Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina retirou o porte de arma de dois agentes prisionais acusados de terem praticado tiro ao alvo com uma cadela vira-lata. Eles estão respondendo a uma sindicância e a um inquérito policial. Dependendo do resultado das investigações, os agentes podem até perder o emprego.



Os processos vão indicar se os dois utilizaram munição, armamento e veículo do Estado e se praticaram o crime durante o expediente. Ambos atuam na Penitenciária de São Pedro de Alcântara (32 km de Florianópolis). Os nomes dos agentes não foram divulgados.


O animal vivia nos arredores da unidade prisional e era alimentado por funcionárias. Os próprios colegas denunciaram o caso à administração. Segundo o relato, eles teriam colocado a cadela em um carro oficial e a levado a um local distante, para realizar os disparos. "Isso envergonha, mas sabemos que é um caso isolado", diz o diretor do Departamento de Administração Prisional de Santa Catarina (Deap), Hudson Queiroz.


De acordo com Queiroz, é o inquérito civil e a sindicância na secretaria que vão definir qual a punição dos agentes, que pode variar entre advertência e demissão. O relatório do processo administrativo deve ser entregue em 15 dias e o processo na Polícia Civil deve ser concluído em 30 dias. Pela Lei de Crimes Ambientais, se enquadrados, ambos podem ser condenados a prisão entre três meses e um ano e ter que pagar multa.


Apesar das quatro perfurações no corpo em razão dos tiros, a cadela sobreviveu. Depois de passar a noite agonizando, Pituca, como é chamada, foi levada a uma clínica e sofreu cirurgia. "Ela tinha choque hemorrágico, estava debilitada. Foi feita uma transfusão e ela permaneceu quatro horas na mesa de operação", explica o veterinário Marcelo Flicki, apostando na recuperação do animal, que já consegue ficar sobre as quatro patas e se alimenta quase normalmente.


Escrito por Luiz Nunes para Uol notícias (25/09/2009)


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